O jogo começou logo com um gol do Coxa, antes do cronômetro chegar aos 30 segundos, numa bola desviada na zaga, enganando o goleiro Renan. 0 a 1 e a certeza de que as coisas seriam realmente muito complicadas. Mas cá entre nós: é melhor levar um gol LOGO aos 30 segundos de jogo, do que levar FALTANDO 30 segundos pro final. Há tempo de reação. E foi o que aconteceu...
Logo depois de um lance muito bonito do meia Lincoln, que quase fez o segundo de letra por cobertura, o Botafogo tomou conta do primeiro tempo, adiantando a marcação e virando o placar com um gol de Lucas - que já tinha chutado uma bola do travessão - e outro de Vítor Jr. em ótima jogada de Márcio Azevedo.
No segundo tempo, o Coritiba conseguiu se reposicionar em campo e criou dificuldades para o Botafogo que, apesar da perda de domínio, conseguia suportar a pressão. Num lance de bola parada, veio o empate, mas o alvinegro não se abateu. Aos poucos, foi reequilibrando as açoes no meio campo e voltou a criar lances de ataque. Num deles, Lucas fez mais um, que garantiria os 3 pontos ao fim da partida. Tocando com inteligência e procurando reter a bola longe de sua área, o Botafogo ainda teve outras duas chances claras de liquidar o jogo. Mas como tem que ser sofrido, aguentamos até o fim da peleja que teve 5 longos minutos de acréscimo. Mas chegamos lá! 3 a 2 e mais um dos 38 jogos decisivos do Brasileirão conquistado. É assim, Fogão! Um passo de cada vez...
* * * N O T A S * * *
LUCAS - Muita disposição na marcação e no apoio. Fez ótimas jogadas pela direita, mandou uma bola no travessão e fez dois gols. Nota 9.
BRINNER - Foi envolvido em alguns lances, mas jogou com seriedade e deu conta do recado. Nota 6.
DÓRIA - Mesmo sem entrosamento, jogou com simplicidade e conseguiu superar momentos difíceis. No primeiro gol do adversário, a bola desviou nele em lance completamente involuntário. Nota 6.
MÁRCIO AZEVEDO - Um dos pontos altos da equipe. Joga com uma vontade impressionante e tem conseguido aliar marcação e apoio. Grande jogada no segundo gol alvinegro. Nota 8.
JADSON - Vinha bem na partida, mas um cartão amarelo no início do jogo, fez com que o técnico promovesse a sua substituição no intervalo. Nota 6. LUCAS ZEN entrou e manteve o equilíbrio no setor. Nota 7.
RENATO - Se desdobrou em campo e esteve presente en quase todas as jogadas no meio. Nota 8.
MAICOSUEL - Se entendeu bem com Vítor Jr. no meio e foi muito aplicado taticamente. Nota 7. Contundido, deu lugar a ELKESON que entrou um pouco lento, mas não complicou. Teve a chance de matar o jogo em jogada individual. Nota 6.
VÍTOR JR. - Dotado de muita técnica e espírito de luta, vem empolgando com um futebol objetivo e solidário. Nota 8 .
FELLYPE GABRIEL - Como de costume, deu equilíbrio ao meio de campo, participando bem tanto das jogadas de ataque como no primeiro combate. Nota 7. Cansado, deu lugar a CIDINHO que entrou no fim para manter o fôlego da equipe. Sem nota.
HERRERA - Não fez gols, mas foi muito participativo. Entendeu-se bem com Lucas em jogadas pela direita. Em duas inversões, colocou Lucas em condições de marcar. Nota 7.
OSWALDO DE OLIVEIRA - Sua equipe, apesar de desfalcada e jovem, mostrou muito equilíbrio e coragem no Couto Pereira. Não se abateu com o gol e foi buscar o resultado, sendo premiado ao final. Nota 8.
Grande mestre, um homem simples, que ensinou uma geraçao a ser Botafoguense, daquele tipo de botafoguense que nao se conforma com o que ve atualmente.
Um Botafoguense acostumado não a títulos, que estes nunca foram muito afeitos a nós, mas sim a ver futebol de uma maneira diferente, com requinte, fidalguia com classe.
Quem viu jogar Gerson, Jairzinho, Paulo Cesar, Carlos Roberto, Roberto, Rogério, Afonsinho tem mesmo que ter um outro nível de exigencia.
Alguns viram mais, viram Zagalo, Didi, Amarildo, Garrincha e ele, o maior de todos. Por este motivo os outros não entendem o botafoguense.
Quem ensinou esta geração foi ele, um homem dedicado, que amou tanto o Botafogo que assinou seus contratos em branco, um home que foi mais que jogador, um simbolo. Ensinou os laterais a serem alas e eles vieram a aprender quase 50 anos após seus ensinamentos se tornarem brilho nos gramados.
Ele, eternizado em bronze, para quem qualquer homenagem feita por este Clube, ainda e para sempre Glorioso e em muito por conta dele, será pouca.
Ele que, combalido pelo tempo certamente não entenderá as justas homenagens que lhe farão, ele que um dia foi chamado de Enciclopédia e que eu digo sempre, é o único esportista que eu desejaria apertar a mão, faz hoje 87 anos.
Parabéns NILTON SANTOS. Para sempre serás!